Orçamento de comunicação política: Como investir sem desperdiçar (e ainda se destacar da concorrência)
- Cleid Braga

- 17 de nov.
- 4 min de leitura
Se você está pensando em se candidatar no próximo ano, provavelmente já bateu aquele frio na barriga quando o assunto é investimento em comunicação, né?
É normal! Muita gente acha que fazer uma campanha visualmente impactante custa uma fortuna, mas a verdade é bem diferente.

O segredo não está em gastar muito, está em gastar bem. E hoje eu vou te mostrar como fazer isso sem quebrar o orçamento.
A primeira pergunta que você deve fazer
Antes de sair contratando designer, social media e gráfica, pare e responda: qual é o meu objetivo real?
Parece óbvio, mas você ficaria surpreso com quantos candidatos começam a investir sem ter isso claro.
Quer se apresentar para o eleitorado? Fortalecer sua imagem? Rebater críticas? Cada objetivo pede uma estratégia diferente, e consequentemente, um investimento diferente.
Quando você tem clareza do que quer, fica muito mais fácil definir onde colocar seu dinheiro.
O erro mais comum (e mais caro)
Sabe qual é o maior desperdício que vejo em campanhas?
Querer fazer tudo ao mesmo tempo.
Candidato quer site, folder, outdoor, carro de som, impulsionamento no Instagram, panfleto, adesivo... nossa, só de escrever já me cansei!
A realidade é que você não precisa de tudo isso de uma vez.
Na verdade, é muito melhor começar com o essencial e ir expandindo conforme a necessidade.
Assim você evita aquele desespero de fim de campanha quando o dinheiro já acabou e ainda falta o mais importante.
Comece pelo que realmente importa
Se o seu orçamento é apertado, priorize a identidade visual.
Sim, eu sei que parece básico, mas é a base de tudo.
Um logo bem feito e uma paleta de cores coerente vão fazer toda a diferença nos seus materiais.
Depois disso, pense nas redes sociais. Hoje em dia, principalmente para candidatos a vereador e prefeito, as redes são essenciais.
E o melhor: você pode começar criando conteúdo orgânico antes mesmo de pensar em impulsionar posts.
Os materiais impressos? Deixe para depois (é sério!).
A não ser que você tenha certeza de que seu público está offline, comece digital.
Quanto investir em cada coisa?
Olha, não existe uma fórmula mágica, mas posso te dar uma base que funciona para a maioria dos casos.
Para candidatos a vereador, uma identidade visual bem feita pode custar entre 500 e 2000 reais, dependendo da complexidade.
Parece muito?
Pense assim: é um investimento que você vai usar durante toda a campanha. Se dividir pelo tempo de uso, sai muito barato.
Para redes sociais, você pode começar com 300 a 800 reais por mês, incluindo criação de conteúdo.
Impulsionamento é outra conversa, e aí vai depender do seu orçamento total.
Material gráfico para impressão? Aqui a coisa varia muito.
Um panfleto simples pode custar centavos por unidade, mas lembra: quantidade não é qualidade.
É melhor fazer menos material, mais bem feito, do que encher a cidade de papel que ninguém vai ler.
A regra dos 70-20-10
Aqui vai uma dica preciosa: divida seu orçamento de comunicação em 70% para o essencial (identidade visual e redes sociais), 20% para materiais complementares (impressos, vídeos) e 10% para emergências.
Essa reserva de emergência é fundamental. Sempre aparece aquela oportunidade de última hora ou acontece alguma coisa que você precisa rebater rapidamente.
Ter essa reserva te deixa preparado.
Investir antes do período eleitoral compensa?
Ah, essa é a pergunta que não quer calar!
E a resposta é: sim, compensa muito.
Quem começa a trabalhar a comunicação uns 6 meses antes do período oficial sai na frente.
Primeiro porque você constrói reconhecimento.
Segundo porque os preços ainda não dispararam (e acredite, eles disparam mesmo).
E terceiro porque você tem tempo para testar, ajustar e melhorar sua estratégia.
Como economizar sem perder qualidade
Uma dica valiosa: trabalhe com profissionais que entendem de política. Pode parecer óbvio, mas muita gente contrata o designer mais barato sem pensar se ele conhece as regras eleitorais.
No final das contas, sai mais caro contratar alguém que não conhece as especificidades da comunicação política.
Você vai ter que refazer, gastar tempo explicando, e tempo em campanha é dinheiro.
Outra forma de economizar é padronizar.
Use o mesmo layout para diferentes materiais, adapte peças para diferentes formatos, aproveite fotos para várias aplicações. Isso reduz o custo de produção sem perder a qualidade visual.
O que não vale a pena economizar
Tem algumas coisas que não compensam pechinchar.
Fotografia profissional é uma delas. Uma foto ruim vai te perseguir durante toda a campanha. É melhor fazer menos fotos, mas bem feitas.
Impressão de qualidade também não é lugar para economizar.
Material barato passa impressão de candidato barato. Não precisa ser o mais caro do mercado, mas precisa ter qualidade mínima.
Planeje, mas seja flexível
O orçamento de comunicação não é uma camisa de força.
As coisas mudam durante a campanha, novas oportunidades aparecem, o cenário político se altera.
Por isso, tenha um plano, mas esteja preparado para adaptar.
Se algo não está funcionando como esperado, não tenha medo de mudar a estratégia. É melhor gastar um pouco mais em algo que funciona do que insistir em algo que não está dando resultado.
O investimento que sempre compensa
Sabe qual é o melhor investimento em comunicação política? Planejamento.
Parece clichê, mas é verdade. Quem se organiza com antecedência consegue preços melhores, tem tempo para pensar nas estratégias e evita decisões desesperadas de última hora.
E lembra: comunicação política não é gasto, é investimento na sua imagem e na sua relação com o eleitorado. Quando bem feita, ela te acompanha muito além do período eleitoral.
Se você está pensando em se candidatar e quer começar a planejar sua comunicação com antecedência, que tal conversarmos sobre as possibilidades para sua campanha?
Às vezes, uma conversa de 30 minutos pode economizar milhares de reais e evitar dores de cabeça enormes lá na frente.
Afinal, investir bem é muito melhor que investir muito, concorda?



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